Podiam ter sido segundos mas foram dias e outras noites. Aquelas sempre poucas oportunidades que convivi com o ator "do facão no toco" já deixavam saudades quando entrava em cartaz ou terminava um causo. Por sua alegria, por suas palavras não ditas ao vento, nunca sem a boa rebeldia sincera e humana, fica difícil imaginar seus verbos e gargalhadas enquanto percebia a sua última cortina descer sem os aplausos e sem as vaias, mesmo que raras, solitário na isolada peça do lar.
Estar longe num momento assim desperta a impotência de tentarmos o impossível resgate, e que nos resta agora é a saudade. Palavra que segundo a lenda só existe na língua portuguesa. Traduzí-la é verdadeiramente impossível mas humanamente perceptível. Saudade do que tivemos, amamos, incorporamos e às vezes nem tivemos consciência. Estar longe e ter a certeza do reencontro é uma saudade. Saudade de algo que não terá o mesmo reencontro depois de "partidas" nos impõe seguir para outra estação. Desejo que Márcia Bauer e todos os amigos superem e preservem essa saudade, que já é grande, com carinho.
Ita"Marcos Barreto" Assumpção* uma década de saudade do Negro Dito. Duas saudades que vieram cedo demais.
Registro de fotos de momentos do periodo em que Macau fez parte de nossas vidas. Um álbum de saudades e também de muitas experiencias felizes.