quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Ita"Marcos Barreto" Assumpção*

Podiam ter sido segundos mas foram dias e outras noites. Aquelas sempre poucas oportunidades que convivi com o ator "do facão no toco" já deixavam saudades quando entrava em cartaz ou terminava um causo. Por sua alegria, por suas palavras não ditas ao vento, nunca sem a boa rebeldia sincera e humana, fica difícil imaginar seus verbos e gargalhadas enquanto percebia a sua última cortina descer sem os aplausos e sem as vaias, mesmo que raras, solitário na isolada peça do lar.
Estar longe num momento assim desperta a impotência de tentarmos o impossível resgate, e que nos resta agora é a saudade. Palavra que segundo a lenda só existe na língua portuguesa. Traduzí-la é verdadeiramente impossível mas humanamente perceptível. Saudade do que tivemos, amamos, incorporamos e às vezes nem tivemos consciência. Estar longe e ter a certeza do reencontro é uma saudade. Saudade de algo que não terá o mesmo reencontro depois de "partidas" nos impõe seguir para outra estação. Desejo que Márcia Bauer e todos os amigos superem e preservem essa saudade, que já é grande, com carinho.


Ita"Marcos Barreto" Assumpção* uma década de saudade do Negro Dito. Duas saudades que vieram cedo demais.