terça-feira, 23 de julho de 2013

O que importa é o trajeto, não o destino- Viagem ao Norte de Guanzhou

Show de Bala!

Há quase um ano foi inaugurada a linha do trem rápido que sai da cidade vizinha de Zhuhai até a capital Guangzhou (província de Guangdong), a qual se pode tomar o trem bala, que vai até Beijing. Decidimos percorrer um trajeto de 370 km no moderníssimo, seguro e confortável trem, descendo na estação Sul de Guangzhou para pegar o trem-bala até a cidade de Shaoguan para visitar o Parque Geográfico Nacional de Danxia, patrimônio natural da humanidade tombado pela UNESCO em 2010 (anunciado em Brasília). São mais de 600 formações rochosas entre picos, montanhas, paredões e outros nomes de acidentes geográficos inomináveis, que deixamos aos especialistas.
O trem fica bem limpinho de um lado antes do próximo embarque. O trem chega atingir a velocidade de 310km/h.

Pegamos o trem rápido em Zhuhai pelas 10h30 e chegamos mais ou menos às 13h30. O nosso guia Zhang  nos buscou na estação central de Shaoguan e fomos direto à Reserva Geológica da Montanha Danxia. Localizado a cerca  de 50 km à nordeste da cidade, com 290 km quadrados às margens do Rio Jin (Jin jiang). A entrada custa 100 Renminbis e é dividido em duas áreas de visitação: o parque do pico Yang elementar (Yangyuan shi) e o parque do pico da Longevidade (Changshou feng). Segundo as nossas pesquisas, Danxia possui o relevo de geomorfologia petrográfica e é única no seu gênero, cuja definição é "relevo baseado em cânions cortados". Logo, a atração do parque são as formações rochosas com saliências e acidentes de formatos fascinantes, para não dizer bizarras. Na reserva, monges taoístas construíram seus templos e mosteiros onde veneravam as formas genitais masculina (yang) e feminina (ying) como bem podemos notar ao se deparar com o pico e com a caverna revelada na foto abaixo. Acredite se quiser: a gruta está cercada com arame farpado.
Foto à esquerda: o pico Yangyuan (pedra macho ou Yang elementar), 28 metros de altura com 7 metros de diâmetro. Foto à direita: a gruta Yin (pedra fêmea ou Yin elementar).


Devido ao adiantado horário em que chegamos à reserva, pelas 15 horas, iniciamos o nosso passeio de barco (100 Renminbis) pelo Rio Jin (Jin jiang) curtindo aquela paisagem exótica de Danxiashan (Montanha da nuvem vermelha) através das curvas sinuosas do rio como uma ferradura. A cor da formação rochosa lembra o antigo calçamento de laje que tínhamos em POA. O passeio durou cerca de uma hora e começamos uma caminhada por trilhas com um sobe-desce por mais de 3 horas. As trilhas de arenitos vermelhos nos levaram à penhascos, mosteiros e templos no meio de uma mata nativa exemplar. Tudo muito cuidado, com pavimentos, escadarias, muros de contenção, encanamentos e fios de luz escondidos por dentro de bambus.  O calor estava abafador, as bermudas e camisetas ficavam permanentemente encharcadas de suor. Foi inevitável terminar a jornada em um restaurante familiar para um fim de tarde  reanimador com um Peixe ao alho poró e gengibre cozido ao vapor, um frango frito com alho poró e gengibre e arroz, acompanhado por uma bela cerveja Qingdao geladíssima. Tomar essa marca na China é como tomar Brahma no Brasil, mas geladíssima não é a toda hora que temos a sorte de saborear - principalmente sob o calor que fazia.
O hotel, uma adaptação de um malfadado empreendimento imobiliário, possuía boa acomodação, mas a sua decoração era para lá de piegas. Uma noite nos custou 380 Reniminbis.



No domingo saímos do hotel para não retornar, fizemos o check out pelas 9h30. Bem em frente ao hotel, nos deparamos com uma cena, no mínimo estranha: cerca de uma dúzia de homens e mulheres gritavam na margem da estrada, logo ao lado do local que escolhemos para fazer a refeição da manhã (já que café da manhã - como se conhece no ocidente - é bem difícil na China). Se vc não encarar um prato de massa ou sopa vai ficar com fome. Mas voltando à cena estranha e interessante daquela manhã, eram a vibração e gritaria dos chineses trepados em suas motos e lambretas toda vez que passava um carro, moto, caminhão ou pessoa. Sem entender nada tratamos de fazer o pedido e comer, pois o nosso carro deveria estar chegando. Não posso deixar de registrar a saborosa pimenta preparada pela casa. No final da refeição com a chegada do motora perguntamos o que seria os tais gritos, já que eram no dialeto Hakka local. O guia nos explicou se tratar de um tipo de propaganda do restaurante e os motoqueiros aos gritos tentavam persuadir os transeuntes e, muitas vezes, além dos gritos poderiam também perseguir de moto para "resgatar" um possível freguês ao restaurante.


               
        Entrada do parque


















Chegamos à segunda área de visitação, o parque do pico da Longevidade (Zhanglao feng). Tinhamos pensado seguir a sugestão do mapa turístico e subir diretamente de teleférico até o alto do pico Jin, mas fomos desaconselhados pelo nosso guia, que alegou "não subir à pé o pico da longevidade, veio em vão à Danxia". Enfim, seguimos seu conselho, mas foi penoso. 



As mochilas, no segundo dia de nosso passeio, pareciam-nos pesar 10 toneladas e as pernas tremiam ligeiramente. A área é dividida em três pontos turísticos principais: o paredão Jinyan, o belvedere Guanri (vista do nascer do sol) no pico da longevidade e a gruta Yin com direito a um passeio pelo lago Xianglong. Para se chegar ao paredão Jinyan, passamos pelo cânion "um risco de céu", vislumbramos "um pedaço do céu" e ainda passamos por uma caverna denominada de "alucinação". Rente ao paredão está situado o mosteiro de monjas budistas Jinyan, construído na dinastia Song do Norte (ca. 1100 da era atual), nas suas paredes há gravações primorosas de caligrafia chinesa. Depois caminhamos entorno de 2 quilômetros montanha acima até o belvedere Guanri, 800 metros acima do nível do mar. A paisagem lá de cima é deslumbrante e permite uma vista de todo o parque com seus inumeráveis picos com forma de chaleira, de menino lendo um livro, de uma beldade deitada, etc. Depois foi encarar a descida, que foi ainda mais dolorosa, com as pernas bambas. Mas valeu muito, muito a pena curtir a cada parada, a linda paisagem natural. Ao chegarmos finalmente à "perseguida", quase não a vimos, a gruta Yin (Yin yuan shi), que é infinitamente menor do que o seu par Yang (Yang yuan shi). Para fechar com chave de ouro, até por que a vontade que tínhamos era arrancarmos fora as pernas, o abençoado passeio de barco (20 Renminbis) pelo lago Longxiang com direito à vista de um templo taoísta construído também rente a um paredão e em frente à água cristalina. Realmente pode ser considerado um lugar onde é possível atingir a imortalidade, como diz o folheto turístico.



                                                                               As montanhas Ying e Yang


Para encerrar, contatamos o nosso guia para nos resgatar. Ele estava muito preocupado conosco, segundo ele, fomos os turistas que levaram mais tempo nesse trajeto, em torno de cinco horas. Quando um chinês pragmático vai entender a sua  própria máxima de que "o importante é o trajeto e não o destino"? Seguimos o ditame e faça-nos o favor de nos levar imediatamente para o restaurante com cerveja gelada da noite anterior. E foi assim. Tomamos o trem das 18h53 e chegamos pelas 22h e pouco em Zhuhai.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Viagem pela Rota da Seda


ENCONTROS E MAIS ENCONTROS    

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Existem ocasiões na vida que se não fizermos algum registro escrito além do fotográfico corre-se inevitavelmente o risco que passado algum tempo a confusão da memória acabe por apagar fatos e confundir.  Afinal  não é todo dia que você morando em Macau recebe visitas oriundas do Brasil, no caso nossos manos André e Ju. Já na chegada do casal foi um "deus nos acuda". Esperávamos que o seu desembarque em HK fosse na tarde do 05 de junho e programamos curá-los do "jet leg" no dia 06 além de poderem fazer umas comprinhas no calor úmido de Macau. O fato é que somente no horário que seria o da chegada é que soubemos ou nos demos conta que sua aterrissagem seria apenas e tão somente no dia 08. Essa mudança antecipava os contornos de que nossa "Rota da Seda" seria uma grande aventura. Para isso Márcia e nosso amigo chines Yeming que junto com Roberval completava o seis elementos da nossa "Nau" trocaram passagens,suspenderam vagas em hotéis e  etc. Abortamos assim nosso primeiro dia de passeio que seria Xian e seus guerreiros de terracota.


O grande encontro.(Primeira foto no aerorporto de Xian)

   

              A. Hong Kong   B. Xian   C. Xining

Ficou assim a engenharia do encontro, a chegada do casal foi triunfal com direito a carrinho elétrico e placa com seus nomes  no aeroporto de HK para que como chefes de estado chegassem o mais rápido possível ao Ferryboat e zarpar para Shenzhen. De nossa parte fomos de Ferryboat  Macau para Shenzhen junto com Dandara que foi com a missão de levar uma "mala de mão" nova e vazia para ser trocada pela "mala baú" do casal  André & Jú pois a mesma seria uma baita "mala" que traria dificuldades para nosso trajeto posterior.         Quando eles surgiram na fila alfandegária outro emissário se encarrega de acelerar o procedimento, é que já tínhamos comprado as passagens de avião e fizemos o checking do quarteto ali mesmo no porto de Shenzhen.  Então nos encontramos na saída da alfandega de Shenzhen para trocarmos as roupas de mala e Dandara retornou as 18h30min no último Ferryboat para Macau com uma mala forrada de erva além de uma cuia e bomba nova. Vocês devem imaginar a dificuldade e a alegria de se ter uma mala com estas especiarias.
 Tudo isso feito em menos de 20 min pois ainda teríamos de voar de taxi até o aeroporto de Shenzhen pois iríamos decolar as 18h30min para Xian  onde rolou a primeira conexão e  foto daquela que seria uma grande viagem. O quarteto parte de Xian as 20h15min para Xinning onde chegamos as 23h30 . Nossos amigos que também moram em Macau, Roberval e Yeming, nos resgataram no aeroporto já municiados com o carro que iriamos viajar na manhã seguinte. O casal que estava no auge do jet leg foi repousar e dormir o "sono dos justos", enquanto nós os residentes e resistentes de Macau saímos para matar a fome e a sede. A primeira necessidade foi resolvida com espetinhos de cabra com páprica picante, sopa de massa, tofu frito suan nin  um iogurte local feito com leite de cabra e a sede saciamos  é claro com uma cerveja do nordeste da China Haerbin Pijou. Em Xinning, a capital da província de Qinhai, é verão e a noite tem um ar seco e muito fresco (local com clima árido e frio) o que nos dava sensação muito agradável mas os transtornos da altitude de 2.200m já eram notórios e, assim só restava após tanta adrenalina além de um ar  mais rarefeito ir para o hotel  e dormir.



Trajeto oficial da viagem por terra ( num total 2.200 Km  )

A. Xining                
B. Qinghai Hu             C. Ilha dos Pássaros.          D. Lago Caka   
                              
E. Dunhuang          F. Jiayuguan                G. Zhangye                           H. Lanzhou  




"O dia seguinte" ou  "O primeiro dia"

O despertar foi após as 10h devido ao cansaço. Inicia-se então uma dieta de pequ enas refeições em intervalos mais curtos,  ingestão frequente de líquidos e um coquetel de cápsulas coloridas chinesas a "Rhodiola Rosea",  vitamina C e o ibuprofeno para amenizar os desconfortos da altitude isto tudo fez parte de nossa rotina, por dois longos dias. Já passava das 11h quando de carro nos deslocamos 25 km em direção oeste até o Templo Ta'er Si. O maior e o mais importante templo budista tibetano do oeste da China. Este complexo religioso murado, construído na encosta de uma montanha, também conhecido como Mosteiro Kumbum, foi construído por volta de 1560 e durante o período comunista foi fechado e conseguindo assim ser preservado das depredações da Rev. Cultural. Reaberto em 1979 teve um processo de restauração após o terremoto de 1990.
Primeira foto oficial do grupo completo
                              
















Os caras rezam muito e o movimento repetitivo do corpo chama atenção pois ficam horas em um incessante levantar, ajoelhar, em seguida arrastam até ficar todo o corpo esticado com a barriga voltada para o solo. (ao fundo)


Jovens monges na rotina normal do Templo em meio aos turistas





Aqui é rezar sem rezar pois...basta girar o equipamento e a reza já está feita...






O colorido de todo templo é impressionante e essas são as stupas que fazem parte da cultura indiana que o budismo chines absorveu em seu sincretismo.
Percebe-se duas caractrística muito fortes  nos Templos chineses. A presença maciça de  fiéis sempre  seja o dia ou a hora, e o forte movimento do turismo interno digamos que represente 95%. Não raro voce será observado tanto por crianças como por adu ltos em meio a olhares de admiração e sorrisos. 
Além das diversas solicitações para fazerem fotos com você. Eram nossos minutos de fama como pop-star.
Qto mais a oeste isso é mais marcante pois a região acaba sendo muito isolada do centro da China




Antes de nos despedir de Ta'er Si  fomos reabastecidos com mais quatro comprimidos que nosso amigo"Yeming" falava em um ótimo português : "é bom para o sangue...toma", pois durante o deslocamento mesmo de carro continuávamos a sentir falta de ar.

Avistamos do carro mesmo, pois já estávamos atrasados, a Grande Mesquita uma das maiores da China no centro Histórico de Xinning


QINGHAI HU ( O LAGO MAR AZUL )
   


Província na China é como se fosse um dos estados no Brasil. O lago que pelas com proporções marítimas  com mais de 4,18 mil kilomêtros quadrados e sua importância estratégica para a história e desenvolvimento econômico de todo o oeste chines que acabou dando o nome para a província: Quinghai.  
Os primeiros à nomear o Lago entenderam que se tratava de um mar e não de um lago, confusões do tipo nosso Guaíba que depois de tanto tempo querem geógrafos e outros estudiosos me convencer à chamar de lago Guaíba. Controvérsias à parte a verdade é que este Lago Quinghai  está localizado à 150 km  direção oeste de Xining, capital da província de Quinghai. Chegamos ao poderoso após 2 h por uma bela estrada saindo do Templo Ta'er Si. É o maior lago da China, fica no altos do planalto Tibetano com 3200m de altitude. É longe e, de difícil acesso, se vc não dominar o chines como nossa "nau" vc pode se dar mau.Claro o gps mesmo em chines pode te salvar. Eram 17 h e o dia se despede do sol às 21 h o que nos permitiu curtir uma por-do-sol. O lago Quinghai assumiu uma importante função nos viajantes da "Rota da Seda" (Silk Road") por ser uma fonte estratégica de hidratação e alimento para os viajantes. Durante nossa presença o frio era intenso e contraindicava qualquer possibilidade de banho apesar da bela "lagoa azul" o que nos estimulou a provar a aguardente local . Após o por do sol iniciamos uma intensa busca de um local para repousar. Nesse trecho não foi possível fazer reservas pela internet. Decidimos que iríamos dormir naquelas barracas tibetanas. Já era noite e antes do pouso tomamos a iniciativa de procurar algum local para comer. Foi desastroso pois os restaurantes em sua maioria já se encontravam fechados. 
Entramos em uma avenida escura pois até os postes de luz com energia solar já estavam  desligados, algo sem muita razão mas era o que a realidade oferecia. Pelos letreiros em chines nossos valorosos tradutores, Márcia ,Yimeng e até eu que já identifico os ideogramas de ovelha, escolhemos o local para nossa refeição noturna. 














Um lugar simpático e familiar mas a comida foi a pior de todo o trajeto, quase demoníaca, o banheiro era ao ar livre, e água pra lavar mãos era um balde ao relento que não dava para precisar de qual dinastia pertenceu. A sopa de massa, com uma carne de ovelha impossível de mastigar fez nossa decepção total pois normalmente se come muito bem na China. O desespero ainda iria atingir seu o auge. Retornamos poucos km até as margens do Lago Qinghai para dormir naquelas tendas tibetanas, não suspeitávamos que seria tão insalubre. A aventura foi maravilhosa, noite linda com raios ao fundo do Lago e um vento que predizia chuva violenta. Escolhemos duas tendas, cada uma delas com uma lampada pendurada no seu interior que criava, para quem via de fora, uma imagem romântica, diante daquela escuridão. Todas as barracas felizmente eram municiadas de colchões e cobertas bem espessos. 
Dividimos o grupo: Yimeng e Roberval na tenda 1, e na 2 Márcia, Eu, André e Jú. As camas emendadas realmente eram acolhedoras e quentes. As lonas da tenda com falhas de vedamento na junção do chão e porta, oque seria um convite para qualquer vento ser convidado à participar de nossa invernada. O vento intensificou muito rápido e impediu as tentativas de fotografar os relâmpagos no horizonte por de trás da lagoa. Retorno em meio ao breu até interior da barraca, o clima era de festa e com tripé pronto registramos a alegria dos convivas. Em poucos instantes uma chuva de granizo despertou o pavor em alguns e risadas em outros. 






       Foi inevitável gritar:    "QUE INDIADA BOAAAA". Passada a adrenalina vc se obriga a deitar com os cobertores locais a ponto de cobrir a cabeça. Mas quando algo pode piorar é aí que piora mesmo. O granizo aumentava o tamanho das pedras, o vento também assobiava forte e este invadia com generosidade, pelas frestas da tenda, fazendo parecer que em breve iríamos decolar com lona e tudo mais. As pedras já dentro da barraca começaram a derreter devido ao vento , o aguaceiro se ampliou e, agora eram gotas espessas de chuva que atordoavam a lona e nossas coberta. Foi bem frio aquela noitada, onde 

dormimos pouco e ouvimos de tudo, inclusive as ovelhas gritando no amanhecer sem chuva. O descanso foi escasso e cedo evadimos do local, e sem evacuar no local, todos estavam encarangados com frio, fome e até vontade de rir pra não chorar. Nessas horas a natureza pode nos brindar com um visual que nos convence que tudo valeu muito à pena. E foi assim.





Nossas Tendas 




Aqui e abaixo nos encantamos com as bandeirolas que são  orações tibetanas






Normal interromper o percursso com a ovelhada 


O boi da região é o Iaque



As aparências enganam não é um tropeiro
Cabanas Tibetanas que parecem conj habitacionais


um arco íris sempre nos inspira

Os iaques, espécie de bovino tibetano, as ovelhas, os campos faziam com que a paisagem se tornasse familiar e atraente para quem vem dos Pampas. Ao som do Ramilonga, interrompemos várias vezes nossa travessia para vez ao intenso transito do gado e ovelhas. O resto do por do sol configurou nossa saída pela busca de comida e pouso.



ILHA DOS  PÁSSAROS - NIAODAO 

Numa distância à 50 km do ponto onde "acampamos" fomos conhecer a Ilha dos Pássaros - Niaodao que faz parte do Quinghai Hu uma reserva de aves migratórias em uma formação rochosa onde colônias de cisnes, cormorões, gansos e os raros grous-de-pescoço-preto, entre outros que se aglomeram durante a fase de procriação. Na margem sul visitamos uma estrutura construída subterrânea à orla que permite vislumbrar as aves por vidraças modernas. Também no local temos salas de cinema onde vc pode ver as aves em tempo real com imagens geradas por câmeras colocadas muito próximo das aves.

Neste Museu-subterrâneo-observatório-temático de aves migratórias após curtir todas suas dependências fomos de ônibus elétrico até o "Ninho dos Pássaros" mas o verdadeiro e, diferente daquele das olimpíadas.



O frio era intenso, vento tipo "minuano" mas valeu o visual.



OUTRO  LAGO "BEM SALGADO"-  CAKA HU

O frio ficou mais intenso quando prosseguimos na estrada para vivenciar este lago cercado de montanhas de sal onde até esculturas em sal foram e são feitas como dunas, gelo ou barro. 
A retirada de todos foi traumática pois quando parcialmente o grupo resolveu sair para estrada eis que um trem que adentrava por aquele inóspito, salgado e muito gélido local fazia a simpatia de um dos elementos do grupo, que penso em não citar o nome, criou uma rusga devido sua grande vontade de fazer tal percurso. Levamo alguns intermináveis minutos batendo queixo devido à baixa temperatura para convencer tal elemento que deveríamos partir para estrada em busca de nosso próximo pouso repousante. A informação era de que levaríamos até.Delingha, a cidade onde teríamos o descanso necessário, em torno de 5 h apesar do GPS alertar que eram apenas 2he 30min. Já passava das 16h então poderíamos fazer o checking por volta das 18h 30min o que já parecia um sonho apesar de todo o discurso revoltado de nosso tripulante que não pode curtir aquele trem. O Lago Caka com suas salinas teve uma importante, e ainda hoje, função,  economia da região da Rota da Seda. Um local cultuado pelo turismo atual e importante na história pela estratégia que a história do sal imprimiu em todos os rincões afora.
Parece gelo mas é sal.






os trilhos da discórdia






Mesmo com  polêmica a caravana seguiu seu rumo.



Em busca do próximo pouso. Onde Não é proibido Proibir.

Saímos após as divergências de GPS e tripulantes na direção da cidade de Delingha. A primel eira surpresa foi que conseguimos percorrer na tranquilidade os 290km em 3h. A segunda foi a exuberância da cidade, pois nossos guias espirituais Márcia e Yieming sempre falando que o oeste chinês é muito pobre e pacato entramos numa cidade sentada na esplanada ao pé de uma belíssima cadeia de montanhas. O hotel parecia uma visão oásica do suposto hotel que nos daria acolhida. Em seguida de apresentarmos os passaportes a constatação dos recepcionistas do "grande" Hotel Delingha fomos surpreendidos com a impossibilidade de nos hospedarmos pois se tratava de uma região de segurança nacional e pelo fato de sermos estrangeiros. Após a vinda de sucessivas autoridades ao hall do hotel avaliar que a nossa reivindicação diante de tanto cansaço não autorizava mesmo assim tal repouso, tivemos de nos debandar da cidade. A informação ficava cada vez mais complicada, isso sem levar a forma com que rolava o mandarim da policia versus nossos guias. Bem, definido a retirada fomos orientados á voltar uns 150 km em direção contrária pois a próxima cidade estava com a estrada bloqueada devido à "tempestade de areia" e a outra possibilidade também era uma cidade de "segurança nacional" onde estrangeiros não poderiam ser acolhidos. Comecei à meditar se minha pele e barba estavam metendo medo no povo amarelo. A retirada foi no mínimo em alto estilo pois a viatura policial após fazer o registro oficial de nossa "intromissão" nos escoltou até a fronteira do condado.Retornar à essa cidade após tal registro poderá num futuro próximo desencadear prisões, expulsões em outras palavras: "um belo cartão vermelho". Após a escolta fomos em direção da cidade de Geermu. O descanso no hotel foi restaurador. Dia seguinte eu e Márcia  acordamos as 9h e assistimos aquele episódio imperdível de praças chinesas onde ansiões e jovens dançam como se centenas de pessoas fossem uma academia à céu aberto.


Após o descanso é hora de "estradar" outra vez.

Iniciamos aquela tarde com mais de 600 m pela frente o que seria nossa nova distância à percorrer. O sol sempre generoso, a estrada sem buracos ou curvas e, ao som dos únicos cds que fortuitamente levamos, Vítor Ramil e Bebeto Alves, com uma velocidade alta em uma ainda estrada vazia. Eventualmente a velocidade reduzia diante de tantos "pardais" perdidos no meio do que já era o próprio deserto de Gobi. Em direção oeste, quase reta, rumo à Dunhuang.  O destino reservava a certeza de grandes descobertas bem como o luxuoso Hotel Silk Road de Dunhuang que nos proporcionaria o descanso merecido. 




No caminho as imagens não podiam ser mais opostas.  Atravessar  uma paisagem desértica tendo no horizonte aquela cadeia montanhosa coberta de neve nos dava a impressão de vislumbrar a magnitude do planeta China. Nesse trecho fui o condutor que ao parar em um inóspito posto de gasolina para abastecermos o carro de combustível e cerveja "quente".













Imediatamente André passou à ser o novo condutor e então falei :  
-Ah! Agora eu quero festa!! 
As vezes o melhor para quem está à conduzir é quando trocam de condutor. Hehehehe
 A gasolina passamos a consumir normalmente com o andar da Van mas a cerveja passou à ter um sabor único quando arrecadamos na subida da cordilheira à beira da estrada um bocado de gelo para deixá-la do jeito que a gente gosta. Aquela caixa pareceu uma pequena dose diante da sede e felicidade daquele trajeto.














Aportamos no fim de tarde no Silk Road Dunhuang Hotel o que deu tempo para um relax nas dependencias do quarto, uma porrada no carro durante as manobras no interior do hotel, encarar a burocracia e discussão com a seguradora do carro e no final tudo bem. Fomos ao Night Market comprar algumas quinquilharias, obras de arte e comer espetinhos assados de cabra com a páprika forte que tanto frequentou nosso mastigar naqueles dias. Uma delícia de dar saudade.








O grande dia seguinte: As cavernas Mogao (11.06.2013)

Nesta manhã iniciamos o mais aguardado passeio da nossa empreitada. Chegamos para a  visita destas cavernas localizadas à 50km do hotel em uma outra manhã linda e ensolarada, ar seco com um calor  respeitável.  Estas cavernas distantes pelo isolamento revelam com suas pinturas o conjunto artístico mais fascinante da arte budista da China. Monges budistas  escavaram e pintaram entre o século IV e XI até que a invasão e usurpação islâmica interrompessem sua rotina. Dentro dessas cavernas não é permitido fotografias.
Isto é uma pequena montagem com fotos da internet.

Tudo isso ficou esquecido até 1907 quando exploradores ingleses que não convém citar nomes, com o auxílio do sacerdote Taoísta  Wang Yuanlu responsável pela preservação revelou o tesouro aos "pesquisadores" e hoje uma parte importante faz parte do importante dos circuitos de museus do primeiro e civilizatório mundo capitalista. É revoltante se deparar com a grandiosidade dos saques. Mas isso é outra história. Entre os milhares de ítens "descobertos" está o Sutra de Diamante, em rolo de pergaminho, o livro mais antigo da humanidade além de diversos moldes usados pelos monges para reproduzir as pinturas. As cavernas foram escavadas em rochedos que brotam da paisagem plana e desértica. Hoje o acesso é fácil. A A visitação  é no mínimo perturbadora pois eram mais de 600 cavernas e agora apenas são + ou- 30 cavernas abertas o que requer um tempo bem longo  para uma boa visitação.











Montanhas SanWei : uma visão que antecede as Grutas Mogao (11.06.2013)

O nome como diz são três (三;San) picos. Fincados à frente das Grutas Mogao. Rumamos pela trilha, indicada no GPS, que daria acesso ao topo, de um deles. Rumávamos então o local sagrado de onde supostamente o monge taoísta  Lê Zun, no ano 366 d.c.,  teria visto após meditar raios de luzes no horizonte. A interpretação desses raios de luzes seria uma visão iluminada de Buda e foi onde ele escavou a primeira das Grutas Mogao. Logo à seguir outro monge Fa lam abriu a segunda gruta e assim sucessivamente. Os picos à leste do rio passaram à ter uma função apenas contemplativa enquanto que o sítio das grutas abrigavam os monges.
 Subimos por mais  três horas por uma íngreme estrada entre pedras, pouca vegetação e montanhas cobertas por neve. Os picos tem a forma que recordam o caractere chinês ( shan 山 ) para montanha. .
 A trilha é bem estruturada, mas ocasionalmente tínhamos de descer do carro para caminhando ter certeza que daria para manobrar, tudo seguia basicamente a linha do cume. No percurso passamos por um portal onde adquirimos bilhetes para visitação. Logo em frente uma multidão de figurantes e técnicos em uma rande casa tipicamente chinesa. Estávamos diante de um set-filmagem. Seguindo acima vislumbramos uma grande   estátua do Buda . O último trecho fizemos à pé e até "de quatro" pois aqueles que têm vertigens com alturas, tipo eu, provavelmente não devam tentar fazê-lo em pé. 


Após toda a escalada chegamos ao um topo onde havia uma morada de monges e até uma pequena loja de "conveniências" ar onde podemos mata sede, uma longa escadaria até um pequeno templo. O incrível foi ao conversar com os moradores do cume saber que não era o local que perseguíamos. Bem, agora era relaxar e curtir a belíssima paisagem. Claro que após tomar um refresco encaramos a vertiginosa escadaria até o pequeno um templo no topo.
Esse era o templo que procurávamos
Esse foi o templo que encontramos
Devido ao controle da parte ocidental da Rota da Seda pelos persas foi que os romanos tentaram viajar para a China por mar. Inicialmente eles compravam seda em portos da Índia mas depois eles foram mais bem sucedidos em fazercontato direto. Como a tecnologia melhorou o comércio era feito por mar ao invés da Rota da Seda. Após a queda do Império Mongol em 1368 a Rota da Seda foi abandonada.
Já era tarde para o próximo destino e mesmo com as vistas entorpecidas e as pernas bambas além dos sensíveis transtornos da altitude rumamos em direção ao próximo delírio que foi o Parque Yadam.
Em busca do Grand Cânion Chinês - Yadan (11.06.2013)
Yadan mesmo tendo de percorrer a distância de 180 km em direção noroeste nos reservou emoções tão grandes quanto nossa imaginação poderia permitir. No caminho visitamos Yumenguan (Forte de Jade)  por uma estrada idílica onde apenas nós e o deserto de Gobi  faziam a diversão.  A edificação foi construída na dinastia Han à 80 km de Dunhuang e com seus 10 m de altura é a única construção que restou ao abandono e a corrosão do deserto.  
Portal de Jade em Yumenguan


Ainda teríamos que correr mais 180km para chegar à tempo em Yadan
 Foram minutos contados até quando chegamos à Yadan faltavam heroicos 5 min para o parque encerrar a entrada  de visitantes.  Imagine percorrer quase 200 km e não poder entrar?  Bem, entramos e no último "ônibus" que poderia fazer o percurso entramos e curtimos o fim de tarde com um pôr do sol incomum. Após as fotos e discussões com os turistas chineses que pareciam não querer ver o sol cair naquele paraíso de cores e sombras encerramos nossa visita e retornamos para o Hotel em Dunhuang. O plano era jantarmos em um restaurante que tinha como iguaria carne de burro. Claro que nem todos sabiam do exótico plano gastronômico. Pelo tardar do horário não encontramos algum restaurante típico aberto e acabamos por jantar carne de ovelha em espetinhos de 1,99 com tempero tibetano.
E mais um pôr-do- sol


Trilhar com Camelo ou Dromedário (12.06.2013)
A pequena cidade de Dunhuang cresceu muito em função de ser a última parada das Rotas da Seda  antes que se subdividissem em rotas ao norte e ao sul do deserto de Tamaklankam. Os itens do museu de Dunhuang que escaparam dos saques da pilhagem de arqueólogos e exploradores são aqueles manuscritos chineses e tibetanos da caverna Mogao número 17 . Muito próximo ao nosso pouso no Silk Road Grand Hotel,, 5 km ao sul de Dunhuang, fomos fazer o inevitável passeio de camelo nas dunas Yueya Quan (Lago da Lua Crescente). Um pequeno lago de água doce, em forma de lua crescente, que servia de pouso para as caravanas dos mercadores de seda. Situada ao lado de Mingsha  Shan (Montanhas de Areias Cantantes) as dunas nos fizeram pensar como foi importante o transporte camelino naquelas épocas.


Nesse dia após o passeio o terrível plano, da noite anterior, foi executado. Novamente óbvio que nossos tripulantes ainda não sabiam do intento do último jantar. Então talvez estejam sabendo somente agora com a leitura detalhada deste texto que era carne de burro em pedaços e no recheio dos famosos pasteis de primavera chines e que  foram elogiadamente consumidas. Talvez as vezes não saber o que se come nos deixa mais feliz.
 Grutas Yulin ( Yulinku) (12.06.2013)

Aqui já era nosso sexto dia de viagem e parecia que o grupo realmente estava em férias normais pois por mais que combinássemos em  despertar cedo, o desjejum acabava via de regra por volta das 11 h. Assim sendo o passeio de camelo e o almoço com carne de burro foram encerrados por volta das 16 h e partir de então passamos a percorrer 450 km de carro até a cidade de Jiayuguan.
O visual do lado de fora foi consolador....

Dentro do roteiro iríamos, antes de chegar ao próximo nosso destino, à mais ou menos uns 100 km de Dunhuang em direção oeste, visitar as Grutas de Yulin. Essa maior distância do oásis de Dunhuang em relação as Grutas Mogao conferiram um melhor estado de conservação. As 42 grutas estão localizadas nas falésias ao longo de ambas as margens do Rio Yulin . O rio e as caves levam esse nome "yulin" devido aos "olmos" que revestem a região. Elas datam da  dinastia Tang (sec. VII-X) e Dinastia Yuan (sec. XIII-XIV). Durante as dinastias posteriores houve um intenso trabalho de conservação.  Mais tarde as cavernas entraram em desuso e na Dinastia Qing (sec. XVII-XX) houve novas escavações mas sem ações para evitar a deterioração das mais antigas. Nos dias de hoje, sob a cautelosa gestão da Academia de  Dunhuang com dois principais focos de atenção preventiva. Em primeiro lugar, a execução de obras para reforçar as falésias e grutas e, em segundo plano, limitar o acesso de visitantes. Acesso esse que nos foi corretamente negado devido ao horário. Ficamos lá fora esperando o pôr-do-sol e imaginando o que perdemos de visitar.
Perder de ver essas  obras de arte budista foi desolador.
Chegada em Jiayuguan e o susto (12.06.2013)

Novamente impedidos de entrar no hotel pelo fato de permissão daquele estabelecimento não recepcionar estrangeiros. Por sorte, na outra esquina ainda havia vagas para todos. Como o cansaço e a fome eram significativos  as meninas ficaram no sono e os meninos foram buscar algo para comer. Passavam das 23 h e mesmo uma cidade grande como Jiayuguan  na China esse horário sempre é muito difícil de se arranjar "o que comer"  então inevitavelmente  você acaba em um Fast-food e, foi onde nós nos aplacamos a vontade de comer. Se você pensou em Mac errou pois foi um KFC. 
Jiaozi uma delícia.
Na manhã seguinte fomos após uma reabastecermos gassolina, garrafas d'agua e uma quantidade generosa de Jiaozi para serem devorados no carro enquanto nos deslocávamos para o Forte de Jiayuguan.









 Localizado na extremidade oeste da Grande Muralha numa pedregosa planície entre duas cadeias de montanhas. Erguida em 1372 com seus muros resistentes, feitos de taipa* e tijolos, num inconfundível estilo da Dinastia Ming recebia o forte o codinome de "Inexpugnável Desfiladeiro sob o Céu". A importância estratégica era enorme pois controlava a ligação comecial e militar da China com os desertos da Aisa Central. Para os chineses de Jiayuguan era o último reduto à oeste do Império pois além seriam lugares para exilados criminosos desterrados.   

*s.f.Taipa- Parede de construções rústicas, feita de barro (a que se misturam às vezes areia e cal) comprimido numa estrutura entretecida devaras ou taquaras; pau-a-pique: casa de taipa.


 

Na saída do forte fomos visitar o marco zero da Grande Muralha da China. Um símbolo da resistência do país que mesmo sendo uma obra de valor estético e arquitetônico de pouca expressão mas que contem um sentimento para os chineses e para a história que justificavam darmos mais uma esticada de mais 6 km para conhecer a "Primeira Torre-Farol" da parte ocidental da muralha da Dinastia Ming








Zhangye (14.06.2013)

Eu e Márcia acordamos super cedo, para variar, enquanto mas os demais tripulantes, bem mais tarde. O café foi paupérrimo e tivemos de comer às pressas devido a um casamento que iria se realizar pelas 11h. A reclamação da falta de alguns itens do café por uma de nossas tripulantes foi aplaudida pelos demais hóspedes. Paulo heroicamente foi até o Banco da China sozinho e conseguiu trocar dinheiro. Devido a morosidade dos demais, decidimos ir sozinhos até o templo do Buda Gigante (Dafo Si), que tem o maior buda deitado da China. O curioso é que os discípulos chorosos ao redor do buda são chineses com trajes da dinastia Ming. 

Mati Si

À tarde iniciamos outra rota em direção sul de Zhangye a 80km em direção a cidade tibetana Mati Si.  Viajamos entre lindas plantações de colzas já desabrochadas, mulheres limpando os campos de crisântemos. Plantavam elas batatas, milho e etc.  Incrível como uma área tão seca e árida consegue com irrigações artificiais subterrâneas ter tanta produtividade. Conversamos com o chefe da aldeia local que fiscalizava os serviços  e indagamos por que só haviam mulheres nas plantações e, ele nos contou que os homens estavam trabalhando em obras civis em regiões próximas. A agricultura é basicamente um labor feminino na região.
Nós e o chefe local

 A visitação  à cidade tibetana de Mati Si foi na chegada inacreditável. Eram templos de madeira encravados na montanha com escadas e túneis até o alto como se fosse um formigueiro gigante .





Nos interiores é proibido tirar fotografias  e eu parecia estar com muita"sorte" pois fui observado de perto o tempo e o templo todo por um monge que nos seguindo me fazia gestos de não tirar fotos à todo o instante.


As formações montanhosas malucas  de Danxia                                                     



Chegamos no parque para  assistirmos mais um crepuscular final de tarde.  Neste local visitamos o cenário do filme de Zhang Yimou San qiang pai an jing qi (Chinês:三槍拍案驚奇) que no Brasil saiu com o nome Uma mulher, uma arma e uma loja de macarrão .Filme de 2009 inspirado no filme Blood Simple de 1984. 
Ao anoitecer, uma inusitada solicitação de duas estudantes de farmácia. Elas nos pediram carona até a cidade de Zhangye, não eramos muito a fim de atender, mas o nosso amigo Yimeng já tinha topado. Não tendo outro jeito, jantamos um ótimo macarrão ensopado numa galinha caipira, deixamos elas num ponto de taxi próximo e partimos para mais um trajeto de sete horas de carro até Lanzhou, capital de Gansu para pegar o avião às 10h45. Chegamos a Macau às 19h.


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